TÍTERES: ENTRE A MAGIA E A MERCADORIA

CRUZ, Ana Paula Almeida da. TÍTERES: ENTRE A MAGIA E A MERCADORIA. Dissertação (Mestrado em Antropologia Social) – Universidade Federal do Paraná, 2006.

Resumo: Este trabalho propõe o estudo etnográfico do Festival Espetacular de Teatro de Bonecos de Curitiba – PR, bem como da animação teatral, situando o objeto de pesquisa dentro do campo da Antropologia da Performance. Inicialmente apresenta-se o universo dos títeres, buscando na constituição do boneco uma forma de expressão cultural popular e nas diversas edições do Festival Espetacular de Teatro de Bonecos momentos de condensação de experiências, bem como de reelaboração de formas de fazer arte e cultura na contemporaneidade. Em seguida, os bonecos serão analisados como objetos peculiares, dimensionando o grau de exclusividade ou de socialização no seu uso, os processos pelos quais as pessoas entram em relação com eles e a sistemática das condutas e das diversas relações humanas que resultam deste contato. Desta forma, esta análise relativiza as concepções clássicas de “sagrado” e de “dádiva”, propondo sua problematização a partir da tríade teórico-metodológica “dádiva, fetichismo (religioso e mercadológico) e mímese”.

A análise etnográfica é apresentada em dois momentos: uma parte mais histórica, que resgata as diversas edições do Festival Espetacular de Teatro de Bonecos, pontuando as relações entre os grupos de teatro de animação e o aparecimento das divergências quanto à condução dos festivais. Nesta parte são apresentados também os impasses políticos decorrentes das discrepâncias entre a administração do Teatro Guaíra e os grupos participantes; o outro momento, revela as relações internas dos grupos de teatro de animação através dos espetáculos: as formas escolhidas para criação do boneco, os textos dramáticos entre outros elementos, ou seja, a etnografia do processo de animação. E, finalmente, buscará na análise da performance do Festival, a maneira como o títere pode ser pensado além de seus aspectos técnicos e estéticos, como um objeto particular, capaz de situar-se entre a magia e a mercadoria, propondo uma reflexão sobre o “papel” desempenhado por esta expressão artística na construção do discurso cultural contemporâneo.

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